"DESEJO É ESCRAVIDÃO E TEMPERAMENTO É DESTINO". com o tempo o temperamento se transforma em caráter.
A culpa e o pecado são os maiores aliados dos desejos que existem.
A prostituta não é a primeira profissão do mundo, mas a sua vocação mais antiga.
A adultera revela o fracasso de toda moral porque a interdição apaixona. Torna-se objeto, coisa que se deixa mandar.
Pensar através da adultera é , antes de tudo, uma confissão de desejo pela mulher na sua condição de filha de Eva. Aquela primeira infiel.
Em "perdoa me por me traíres" o marido traído afirma que "não se abandona uma adultera". Nesse caso a adultera seria vitima e não culpada.
Sexo demais é falta de amor.
2. O SOFRIMENTO.
Em Nelson Rodrigues o sofrimento é condição de possibilidade de conhecimento.
O sentido de se angustiar ou apodrecer, para Nelson, sofrer nos garante a condição de sermos humanos. Pois segundo Cioram: "a dor emancipou a matéria do sonambulismo do átomo e fundou a consciência".
O sofrimento é algo que tira o homem da covardia e da condição de sonambulo na vida, porque o fez sentir o quão urgente é dizer a verdade num mundo que optou pela festiva como modelo de vida e conhecimento.
Tudo o que é apenas politico não é serio. No fundo de um drama politico ha um drama moral ou religioso.
Quando vira apenas politica é porque desidratou aquilo que ali era uma verdade profunda, ou seja, perdeu a essência.
O corpo, enquanto desejo, é um órgão do tédio. Ao contrario do que os sacerdotes da imbecilidade contemporânea afirmam, a realização do desejo não resolve o problema essencial do vazio do corpo.
O corpo é o lugar do tédio porque nos leva ao limite da validade do gozo, contra as modinhas que pensam a vida como uma idiota balada.
Confiar no desejo do corpo é como pensar que, porque temos sede, podemos beber água o tempo todo como sentido da vida.
Devemos sim, ter medo de ser feliz!
O que dizer de um homem impotente? O Viagra é mais importante do que duzentos anos de marxismo.
3. O MEDO.
Temos medo porque somos frágeis. Somos mesmo frágeis, por isso ser um ex-covarde nos termos de Nelson, é não ter medo de sofrer.
Quanto mais medo, mais mentimos. Um medo quase invisível, aquele que todos que querem agradar e serem amados tem.
o retardamento é um modo de enfrentar o medo. os alunos passam a dominar os professores e os filhos a dominar os pais.
Jovens que não sabem arrumar o quarto convencem todo mundo de que devemos rearrumar o mundo. Quem sabe no novo mundo os quartos se arrumem sozinhos.
É estranho que normalmente quem defende os animais defenda o aborto, assim como quem come um pedaço de pizza.
Medo da esquerda do politicamente correto que quer quebrar a espinha dorsal do debate publico, fazendo todo mundo ter medo de falar, escrever e pensar. a esquerda feminista, que quer todos os homens castrados. a ditadura gay que acha que todo mundo é gay. A ditadura inteligentinha que toma vinho chileno.
4. O CANALHA INSTITUCIONAL
É o que fala sempre no coletivo, esmaga todos a sua volta, cuspindo regras e decisões coletivas cujo objetivo é apenas se esconder de seu medo maior, sua mediocridade individual.
O enfrentamento individuo-individuo é seu maior medo, porque sua individualidade é nula. Ser individuo é um ônus que poucos suportam.
Os verdadeiros indivíduos são caçados como lobisomens por todos os lados pelas artimanhas dos canalhas institucionais, verdadeiros inimigos de qualquer coragem criativa no mundo.
O institucionalismo adora a covardia, porque sempre andam em bando.
5. JOVEM.
Nada pior do que o poder do jovem. Os jovens sempre tem razão porque são jovens, e com isso se destrói a própria possibilidade da juventude, que é se enganar e pedir desculpas pela falta de experiencia de vida.
A unica possibilidade de alguém ser jovem é que alguém o diga que esta errado, que nada sabe. Por isso Nelson lhes aconselhava: envelheçam.
5 CRITICA SOCIAL.
A MILITANTE DE CLASSE MEDIA: Recicla lixo e se diz preocupada com as vitimas da ditadura, mas no fundo de fato é uma incompadecida. Incapaz de sofrer por qualquer que seja um ser humano real, ela suspira pela injustiça social do alto do seu apartamento nos jardins.
São o que Nelson chama de "amantes espiritual de Che", ou seja, uma das marcas de mulheres socialmente emergentes. Fingir que sofrem pela injustiça social, é uma das marcas de pseudossucesso economico, assim como uma bolsa Prada ou Louis Vuitton falsa.
(CONT. EM BREVE).