quarta-feira, 11 de julho de 2018

A Transformação do pensamento segundo NIETZCHE

Nietzche nos ensina como pode ocorrer a transformação de pensamentos e praticas. Na obra "assim falava Zaratrustra", no primeiro discurso do sacerdote sobre as três transmutações, assim demonstra os passos necessários:
"tres transmutações vos cito do espirito: como o espirito se torna em camelo, e em leão o camelo, e em criança, por fim, o leão".

1. O camelo que representa o animal de carga.
"Muito de pesado ha para o espirito, para o espirito forte, que suporta carga, em que reside o respeito: pelo pesado e pelo pesadissimo reclama sua força.
o que é o pesado? assim pergunta o espirito de carga? assim ele se ajoelha, igual ao camelo, e quer ser bem carregado.
o que é pesadíssimo oh heróis? assim se pergunta o espirito de carga, para que eu o tome sobre mim e me alegre de minha força".
Trata-se assim, da nossa disposição de sobrecarregarmos a nós próprios com as cargas do passados e servi-las fielmente. Porem, que cargas são essas? nosso passado, nossas responsabilidades e nossas lembranças amargas e dolorosas.
O camelo se gaba de poder carregar tudo. Como uma pessoa preparada e educada que carrega a obrigação de dar certo em qualquer circunstancia. O camelo tem orgulho de sua capacidade de carga, e pesadíssimo com carga máxima sobre si corre para o deserto. Levando as cargas antigas e pesadas o camelo vai deserto a dentro.
2, O camelo se transforma em LEÃO
"Mas no solitário deserto ocorre a segunda transmutação: em leão se torna aqui o espirito, liberdade quer ele conquistar, e ser senhor de seu próprio deserto. Seu ultimo senhor ele procura aqui: quer tornar-se inimigo dele e de seu ultimo deus, pela vitoria quer lutar contra o grande dragão. Qual é o grande dragão a que o espirito não quer mais chamar de senhor e deus? "tu-de-ves" chama-se o grande dragão, mas o espirito do leão diz: "eu quero".
Quando deserto a dentro o camelo, mais rápido do que o esperado, passa a perceber as debilidades da organização e do sistema servil onde se encontra. os lideres intocados mostram seus vícios e o sistema de comando revela-se uma camisa de força.
Então o espirito criativo próprio, o espirito de julgamento próprio começar e exigir espaço para si. Os pensamentos críticos não se conformam na figura do camelo (que continua acreditando no sistema e tenta se inserir e adequar da melhor maneira possível). O leão (alguém que questiona corajosamente a ordem existente) se impõe em sua natureza dando primazia a uma liderança de autoridade e autonomia frente ao sistema carcomido.
3. O leão se transforma em criança.
"Mas dizei meus irmãos, de que ainda é capaz a criança, de que nem mesmo o leão foi capaz? Em que o leão rapinante ainda tem que se tornar criança?"
Renunciar ao passado não é o suficiente, agora é preciso encontrar novos caminhos para o futuro. Para Nietzche, surge, por isso, depois do "camelo" e do "leão" a "criança".
"Inocente é a criança, e esquecimento, um começar de novo, um jogo, uma roda rodando por si mesma, um primeiro movimento, um sagrado dizer-sim".
A criança para Nietzche quer dizer a pessoa que renunciou o seu passado e se orientou, com suas forças criativas, somente para o futuro. Os desafios do futuro não podem ser avaliados pelos alicerces passados, fatores de sucesso anterior perdem valor diante de novas realidades futuras que necessitam de novas estrategias e novos impulsos. esses desafios futuros não podem ser encarados sob a perspectiva do camelo, não basta o desempenho pessoal.
Em épocas de mudança o "leao" revelara duvidas legitimas, revela impaciência oriunda de uma auto confiança que limita a estrategia da equipe.
Quem mentalmente ainda é "camelo", não vê problema algum. Muitos porem já avançaram ao estagio do "leão", eles veem que a administração esta tomando um caminho equivocado e cheio de vícios e desejam mudar isso de alguma maneira.
A maioria das instituições ainda dá muito valor a submissão de seus "camelos". Caso alguém ouse apontar as falhas e mudar o sistema, tal "leão" seria certamente chamado logo á razão pelo poder organizatório. mas quem quiser realmente enfrentar os desafios do futuro, precisa, conforme Nietzche tornar-se como uma criança. aqui comprova-se minha suspeita de que Nietzche era um cristão camuflado, pois foi este mesmo ensinamento que Jesus de Nazaré promoveu a seus discípulos.
Naturalmente pertence ao tornar-se criança o esquecimento do passado, assim, elas se deparam sem cargas com o futuro. Uma criança tem ainda mais a oferecer, tal como uma inteligencia vivaz que vai de encontro a desafios desconhecidos com coragem graça e aberta ao conhecimento.

NIETZCHE E A INSATISFAÇÃO COM AS INJUSTIÇAS

NIETZCHE E A AFIRMAÇÃO CATEGÓRICA DA INSATISFAÇÃO  COM AS INJUSTIÇAS

A luta contra elites antiquadas que mantem as massas aprisionadas a pensamentos mesquinhos foi o principal embate do filosofo em seu tempo.
Atribui-se a Nietzche a ideia de que ele mais desejava a guerra do que a paz, o que não é de todo errado. porem, ele não estava interessado na destruição de vidas, civilizações e sociedades, mas de uma ordem de valores ultrapassados que serviam tao somente para promover elites e mante-las no topo da piramide do poder.
As zonas de conforto combatidas por Nietzche podem ser comparadas aos nichos de privilégios que os agentes, corporações e instituições publicas procuram manter a todo custo.
O fato de um juiz de chão julgar e condenar um réu com base em delações não afirmadas em provas e construir narrativas fantásticas, utilizando-se do imaginário popular como respaldo, faria Nietzche imprimir suas ideias com indignação extrema. Principalmente ao ponderar que o Juiz que julga com tamanha rigidez é o mesmo que se utiliza de um auxilio moradia, justificando-o como uma forma de aumento de salario, sendo que o mesmo tem casa própria e salario altíssimo, muitas vezes até furando teto constitucional.
O fato de um ex-presidente da Republica, com enorme popularidade, ser julgado por uma câmara de três desembargadores, cujos votos condenatórios são unanimes, entrosados e mais harmônicos do que um sinfonia de Mozart, deveria fazer disparar o disconfiômetro da população. Ainda mais por tal condenação ter sido concluída em segunda instancia em tempo recorde e em ano eleitoral, eleição essa cujas pesquisas de intenção de votos colocam o condenado em primeiro lugar e como grande favorito para vencer.
"Tempos dificeis", murmura um cansado ministro do STF. Tempos estranhos a democracia esses de agora! Repercuto eu com os meus botos, que pela roupa que uso se restringe a dois que seguem grudados a malha pela parte de dentro, sem qualquer serventia no momento e no futuro.
a menos que alguem desfrute de uma vantagem intelectual inigualavel fica dificil prever o que se dará no futuro dessa nação,