domingo, 28 de abril de 2013

Becos e valados tenebrosos no Petrópolis

Saltei o muro que faz limite entre o complexo canaa, onde fica a Catedral Canaa, igreja que pastoreio, visando conhecer a realidade daqueles que moram tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes de nos.
Próximos por estarem do outro lado do muro. Distantes por estarem longe dos nossos olhos e distantes alguns kilometros da catedral, pois para chegarem na igreja tem que fazer uma caminhada de pelo menos 2km.
Caminhei por becos estreitos e com aspecto perigoso, valados com casas espremidas umas sobre as outras, aspecto miserável da existência humana. Esgoto a céu aberto e caminhos estreitos e mal iluminados onde se misturam crianças descalças, cachorros doentes, lixo espalhados nas ruas e bêbados gritando e ouvindo musicas em som muito alto.
Na região do vale do amanhecer, que faz limites com os bairros japiimlandia e o conjunto jardim Petrópolis, vi condições de vida sub-humanas, sem nenhuma condição de promover dignidade, respeito, segurança, educação, e outros direitos resguardados na constituição e que eh dever do Estado.
Testemunhei a total ausência do Estado naquela região, a nao ser alguns policiais que passam nas ruas principais dentro de carros modernos, e poucas escolas amedrontadas pela marginalidade, nao vi nenhum instrumento do Estado que exercesse um papel relevante de mudança daquele ambiente ou de promoção de alternativas aos jovens tão assediados pela criminalidade ou de promoção de alternativa econômica para uma regiao pobre e sem pespectivas.
Fico imaginando como um presidente da republica, governador ou prefeito conseguem dormir, rir, festejar, sem doer na consciência a miséria e desumanidade que se vê sob seus domínios governamentais.
Perguntei de moradores se os agentes publicos andavam por ali, responderam me que só em época de eleição e depois, como de costume, fecham os olhos para essa realidade e dormem por quatro anos.