sábado, 22 de julho de 2017

O PAPA e o sistema "Casa-grande & Senzala".


A passagem do Papa Francisco pelo Brasil, na ocasião da Jornada Mundial da Juventude, conduziu me a uma reflexão sobre a Igreja, Católica e Principalmente Evangélica, seu sistema, missão e visão.
A imagem de um Papa simples, que abre mão da ostentação, dos carros luxuosos e que se aproxima do povo, contradiz o discurso histórico que a Igreja Católica difundiu através da pompa litúrgica, dos ornamentos clericais, dos enfeites, imagem e decorações feitas a ouro; dos palácios suntuosos construídos a custa da miséria do povo e principalmente do genocídio de indígenas e culturas ancestrais.
O Vaticano, bem como os suntuosos templos-sede, tornam-se uma verdadeira Casa-grande, onde se instalam os senhores que abusam dos escravos e fazem de cada congregação, paroquia e cidade ao redor do mundo uma típica Senzala, em linha com a visão de Gilberto Freyre.
O próprio nome "Papa", remete ao sistema patriarcal, que muitos lideres neo-pentecostais querem adocicar no meio evangélico, que nada mais eh do que a restauração do espirito clanico (nepotismo, privilegio aos familiares) do personalismo (idolatria a pessoa do "santo padre" ou do "comandante supremo, (caso Chavez), privatismo tradicional (enriquecimento pessoal) e latifundiário (uma igreja mais voltada para acumular riquezas, patrimônios, influencia política, do que servir as pessoas), praticas herdadas da sociedade colonial e colonizadora.
O senhor de engenho, protegido na casa-grande, figura produzida por um sistema escravocrata e pelo processo social de dominação, em nada se diferencia dos "Senhores" das instituições políticas que tratam seus concidadãos como escravos, as comunidades e paroquias como Senzalas inacabadas, em instalações provisórias ou em contrucoes que se arrastam ad infinitum.
O binômio Senhor & escravo; Casa-grande&Senzala; manipulador&manopulado; opressor&oprimido; mantém se ativo nos tempos atuais, na visão patrimonialista, idolatra, cabrestal e opressora de gerenciar a boa fe e sentimento mais sincero e nobre da espiritualidade do povo.
O gesto despojado e humilde do Papa deve ir alem de estereótipos, das aparências, deve tornar-se pratica diária, nao hipócrita, da igreja católica, rejeitando os ídolos, renunciando a suntuosidade de seus palácios, catedrais e colocando seus bens e sacerdotes a serviço do evangelho para as pessoas, para os mais simples e sofridos.
De igual modo os Pastores e lideres evangélicos precisam reviver o exemplo dos pioneiros, que espalharam a fe apostolica com as marcas da humildade, acessibilidade, unção e total consagração, despojando se do maquiavelismo e da sede pelo poder politico e sendo guiados pelo Espirito Santo, tendo um estilo de vida vicário, comprometidos com a essência da missão dada por Cristo Jesus.